segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poesia Colorida

Me desculpe,
se lhe falo como autor
aprendemos desde cedo
o que não vemos, não tem cor.
Ao que me responde
como me basto professor
``engana-se jovem``
poesia tem cor!
``E cada poesia com a sua
num arco-íris multicor
se a brilhante prata da lua
ou verdes campos em flor...``
Colorido pode ser cada verso
como sonha um sonhador
ou até mesmo ser o inverso
mas poesia tem cor.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A CARTOMANTE

Gisela contava empolgada a Fernando o que ouvira da cartomante e este ria como se estivesse ouvindo uma piada do Mulita.
            __ Por que você está rindo? Então a cartomante estava errada? Você pensa em me deixar?
            __ O que quer que eu faça? Não acredito que tenha a cabeça tão fraca pra ir procurar por essas bruxarias. Se quisesse saber se tenho outra, seria só me perguntar.
            No fundo Fernando acreditava em cartomantes, mas não queria dar o braço a torcer.
            __ E você falaria a verdade se tivesse outra?
            __ Não. Mas uma cartomante não deve saber mais sobre mim do que eu mesmo. Além do mais, você nunca freqüentou o Ensino Médio? Nunca leu Machado de Assis? Quer um fim trágico como o de Rita e Camilo para nós? E se Henrique ficar sabendo? Se ela contar a alguém? Não esqueça que essa bruxa é sua vizinha e pode muito bem  espalhar essa fofoca.
            Fernando e Henrique eram amigos de infância, cresceram juntos na pequena cidade de Cruz Alta. Quando Henrique completou dezoito anos arranjou um emprego na capital e mudou-se para lá. Os dois continuaram se falando por telefone, Fernando continuou morando no mesmo lugar, tomando conta do bar do pai, que morrera e deixara para ele e sua mãe aquele pequeno estabelecimento. Quando Henrique arranjou uma namorada, enviou fotos da moça pelo celular e Fernando não escondeu ter ficado impressionado com a beleza de Gisela.
            Henrique e Gisela começaram a morar juntos e logo o rapaz desempregou-se. Quando ligou para Fernando, este não poupou esforços para arranjar uma casa e um emprego para o casal, e logo Henrique voltou à sua cidade natal com a companheira.
            As visitas eram freqüentes e Fernando não conseguia tirar os olhos da mulher do amigo, mas não sentia-se tão culpado porque era claramente correspondido com olhares e risinhos marotos.
            Agora que os personagens já foram apresentados, voltemos aos fatos : Gisela estava preocupada em relação aos sentimentos de Fernando, pois já havia três dias que ele não respondia as suas mensagens, então, foi consultar uma vizinha que dizia ler o passado, o presente e o futuro através do baralho cigano. Quando encontraram-se, às escondidas, numa tapera que ficava longe da casa de ambos, os amantes começaram a discutir sobre seu relacionamento.
            __É melhor irmos embora, Fernando, tenho que estar em casa antes de Henrique chegar do serviço.
            Despediram-se com um longo beijo, e combinaram encontrarem-se no mesmo lugar a dois dias.
            Á noite, quando já fechava o bar, Fernando recebeu uma mensagem em seu celular: “EU SEI DE TUDO!” e fotos de um beijo seu e Gisela. O número era privado e o moço arrepiou-se de pensar que a mensagem poderia ter sido enviada por seu amigo traído.
            No outro dia, bem cedo, depois de uma noite em claro, recebeu outra mensagem, essa com o número de Henrique: “VENHA ATÉ MINHA CASA COM URGÊNCIA, PRECISO FALAR CONTIGO.”
            Foi com um frio na barriga que Fernando leu a mensagem e, sequer conseguiu abrir o bar. Jogou uma água no rosto e saiu, tentando disfarçar o tremor das pernas, pensando no assunto tão urgente que o amigo queria tratar com ele.
            Lembrou-se da cartomante que Gisela havia consultado na mesma semana e resolveu consultá-la também. Na certa a própria cartomante poderia ter mandado a mensagem com a foto para arrancar dinheiro dos dois. Fingiria uma consulta para sondar a situação.
            No fundo, tentava esconder de si mesmo a vontade de desvendar o futuro. Queria mesmo é saber se o amigo  havia descoberto seu segredo.
            Chegou na frente da casa onde morava a tal cartomante, parou trêmulo em frente ao portão, hesitou por alguns instantes e tratou de tocar a campainha. Não demorou, atendeu-lhe uma mulher de olhos claros e pele “cor de cuia”. Era uma bela moça, deu-lhe um sorriso e convidou-lhe para entrar:
            __ Eu já esperava por você!
            __ Então, a mensagem...
            __ Olha, moço, não sei de mensagem alguma, previ nas cartas que você viria até minha casa hoje cedo e que eu iria ajudar-lhe a escapar de um grande problema. Tentei ler o meu futuro e você meteu-se nele.
            Não sabendo o que fazer, Fernando contou-lhe o ocorrido e pediu para consultar as cartas.
            __ Não se preocupe, moço, seu amigo tem outro assunto para tratar com você. Vá em paz, que não há nada a temer.
            Fernando sentiu certo alívio por alguns instantes, mas não conseguia controlar a ansiedade por saber o que estava acontecendo na casa de Gisela. Pagou dez reais pela consulta. O preço era vinte e cinco, mas dez reais era a única quantia que carregava consigo.
 Pensou em voltar para casa, fugir para outra cidade, mandar mensagem dizendo que estava doente...
__ Vou enfrentar esta situação. Sou homem ou não sou? __ Sussurrou para si mesmo e seguiu em frente para  enfrentar seu destino.
O casal morava numa casa simples, de madeira velha e estragada. Havia um portão quebrado e um jardim mal cuidado, tomado de mato. Passou pelo portão e bateu à porta. Henrique atendeu  e convidou-o, aos cochichos para entrar.
__Fernando, meti-me numa enrascada: Tenho uma namorada que mora perto do meu trabalho e Gisela está desconfiada. Você pode convencê-la de que eu não tenho ninguém, finja que a outra é sua namorada.
Era com grande alívio que Fernando ouvia o amigo e, como não tinha planos de separar o casal, concordou com a idéia de Henrique. Fingiu ser ele o namorado da outra moça e sua relação com Gisela acabou.


Andréa Cristina, Carla Portela, Patrícia de Almeida, Rosa Maria
           
             

             

segunda-feira, 16 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

AZUL DA COR DO MAR - TIM MAIA

<object width="353" height="132"><embed src="http://www.goear.com/files/external.swf?file=35153cc" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" quality="high" width="353" height="132"></embed></object>

Andréa Cristina, Carla Portela, Patrícia de Almeida, Rosa Maria

segunda-feira, 9 de maio de 2011

BRINCANDO COM AS RIMAS

BRINCANDO COM AS RIMAS

Segundo Hélder Pinheiro, a escola deveria priorizar a vivência da oralidade, do ritmo da poesia e não, simplesmente, associá-la aos conteúdos a serem aprendidos.
         De que forma nós, professores, podemos trabalhar a vivência do ritmo da poesia nas séries iniciais, possibilitando que as crianças brinquem com as palavras?
A poesia leva a criança a descobrir o mundo que a rodeia, a experimentar vivências lúdicas as quais contribuam para o seu desenvolvimento intelectual, existencial e linguístico.  Ela mexe com nossas emoções, sentimentos  e sensações. COELHO(1993) nos afirma que são os sons e ritmos os elementos estruturais que mais atingem os sentidos e as emoções.
O ludismo é a característica mais importante da poesia para a criança, por isso nas séries iniciais devemos explorar obras que remetam as crianças brincar com sons e ritmos aguçando seu imaginário.  O jogo poético que a poesia proporciona à criança,  além de estimular a descoberta  atua sobre  todos os seus  sentidos, despertando várias sensações.
Sabemos que a educação da criança  deve  levá-la a descobrir a realidade que a cerca, tendo consciência de si mesma e do meio em que está inserida, sabendo comunicar-se com o outro.  A poesia  é uma forma de levar a criança a essa construção, com ritmos e rimas, que toquem a sensibilidade, a curiosidade e as sensações dos nossos pequenos.
O texto “Brincando com as palavras”, de Kelly de Souza, trata de uma realidade presente(ou deveria ser) em nossos dias, na família e na escola. Esse modo interessante de brincar com poesias, trocadilhos, rimas e música possibilita trabalhar a ludicidade nas séries iniciais, o lúdico tem grande importância para a aprendizagem potencializando a imaginação. Nas séries iniciais é que está a base para a vida toda, e aí entra a responsabilidade dos pais e professores lendo mais para as crianças, brincando com a linguagem através de histórias, poemas e música, quanto mais cedo melhor.
Para que a criança possa vivenciar as sensações que a poesia desperta é necessário que ela sinta-se livre, que permita-se sentir o ritmo e o lúdico. Devemos proporcionar momentos de leitura e brincadeiras, deixar que as crianças brinquem com as rimas e descubram cada mensagem, que façam a sua leitura de  acordo com os seus sentimentos.
Existem boas alternativas para se trabalhar com poesias, como cantigas de roda, brincadeiras com rimas, parlendas, associação com imagens e sons, paródias e outras tantas, é só deixar a imaginação fluir.

Andréa Cristina, Carla Portela, Patrícia de Almeida, Rosa Maria